terça-feira, 30 de julho de 2013

Pra que me queres, ó tempo

Pra que me queres, ó tempo...
Se o tempo que quero
Desmorona a cada tempo
Do meu querer!

Pra quê algo me dás, ó tempo...
Se com o tempo darei
Ao mundo, que nesse tempo
Me toma tudo que não dou!

Pelo quê me tens, ó tempo...
Se com o tempo não terei
Tudo que o meu sacrifício teve
Pra se ter tudo no tempo!

Pra quê contigo lutar, ó tempo...
Se me vences várias lutas em cada tempo
Sem me dar o tempo de não lutar! Que me
Resta lutar comigo mesmo em vários tempos
E ganhar em cada tempo uma luta
Que perdi com o tempo

Pra quê então me queres, ó tempo...
Se o tempo que quero
Desmorona a cada tempo
Do meu querer!

domingo, 28 de julho de 2013

Dentre o amor e o amor, a ti escolho

Dentre o amor e o amor, a ti escolho
O termo atenuante das minhas preces
Não quero o amor que desmereço
Nem um merecido amor que me desvaneça
Só, agora, não te juro amores sem fim, paixões fraternas
Porque amor é guerra que se perde em juras eternas

Dentre os Homens:
Não há nada mais eterno que o agora
Nem há nada mais perfeito que a imperfeição
Então só quero a ti, imperfeita e agora, em terras estranhas
Do arco iris o paraíso entre os montes,
A melodia, aromática, dos pássaros entre as pontes
E o cântico hipnótico dos teus lábios nos meus ombros

O "Pecado"

A mais doce da sua fruta, Sintra me deu
A mais proibida ser não podia,
Que faz-me do sonho a proeza de um viver
Traçado em riscos de sorrisos ténues, curtos e doces
Disfarçando por entre as folhas
O açúcar inerente do pecado que me consome

O sabor atrás se esconde da bela cor
Morena é a moça que me trouxe dela
Do aroma frágil do ar da beira do Porto de Sintra

Dos sabores mais ardentes
Que viçam em lábios a cada beijo,
Ó alma minha! Ó alma minha!
O paraíso a porta se assoma…
Cabe a mim, sem deixar a alma à porta, nela entrar

Ah, que mais doce proibição!
De que água bebeste tu
Pra seres a sede que os meus lábios veneram!
De que água bebeste tu!
De que água bebeste, ó moça!
Para que alma minha vulnere a tua ausência


Não existem pessoas boas ou más


Não existem pessoas boas ou más. As pessoas são sempre “pessoas” caracterizado pelos seus atos. Os heróis de hoje podem ser os vilões de amanha, as pessoas boas pra mim podem ser más para as outras… mas nunca deixam de ser pessoas para serem animais, no sentido literal da palavra… de maneira que o único padrão que define a pessoa é a própria pessoa, os atos são apenas detalhes.


Penso que sim

Não somos juízes de nada neste mundo

As religiões são campos abstracto e relativos... Mas eu vejo a diferença entre um MUÇULMANO e um CATÓLICO, ou entre outros praticantes, como a diferença entre um FÍSICO e um TÉCNICO DE MARKETING. Cada um com as devidas crenças e virtudes aplicados em campos diferentes… Mas sendo ambos pessoas. O que nos iguala é o facto de sermos pessoas e o que nos diferencia, e acho bem, é a forma diferente de sermos pessoas.
Aderir à religião é um ato de acreditar, tal como ser ateu também o é, e ninguém deve ser julgado por isso. Primeiro porque não somos juízes de nada neste mundo, apesar de alguns julgarem ser. E segundo, porque acreditar é a razão da vida… quem não acredita em nada não tem razão de viver.
Não somos juízes de nada...somos todos jogadores neste mundo. Uns mais habilidosos que outros, mas nenhum fica nesta equipa para sempre. E sendo assim, cada julgamento feito aos outros, damos uma sentença a nós próprios...

sábado, 27 de julho de 2013

Sou maior que o mundo, porque cabe na minha alma por inteiro

Digo como se não fosse verdade
Como se dentro de mim não coubesse
O mundo por inteiro
Como se não vulnera a minha alma tão grande
Este antro de causas perdidas
Como se não fosse eu maior
Que este mundo que cai aos pedaços
Dissecando em mim, fria, lenta e podre
Todas as marcas dos males das dores mundana

terça-feira, 23 de julho de 2013

O dom que tenho é não ter dom nenhum

O dom que tenho é não ter dom nenhum,
E sei que o bom do que escrevo
É não ter sentido nenhum…
É o mistério que nem eu sei
Porque não sei coisa nenhuma

Deito me num mundo
E as palavras me cobrem…
Não as aceitava se tivessem sentido
Nem se eu tivesse qualquer dom
Mas sou um dom nenhum,
Entre o que as palavras me dão

São ridículas aquelas que me chegam,
Não as seriam se tivessem sentido,
Não as posso dar, porque eu não tenho sentido
Sou a vida, o amor e os sentimentos…
Que são ridículos como elas

domingo, 21 de julho de 2013

A vida é bela, e só a bela não sabe dela

a vida é bela,
e só a bela não sabe dela
quer que cabe nela o fácil,
o dócil que sabe dela o mel,
e a dada vida por Deus a ela
mal sabe ela que é a mais bela

dela a sentinela cobre a bela
mal sabe ela que é a mais bela
que a vida é bela e dádiva que sela
amor daquela qualquer bela…
e só a bela não sabe dela
que a vida é bela,
e que nela ela é a mais bela

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Eu acredito em Deus, mas não acredito por acaso

Eu acredito em Deus, mas não acredito por acaso. Acredito porque: basta olhar para a Natureza para ver a perfeição da ligação dos organismos vivos, em que os “bons” e os “maus” ajudam-se mutuamente para um equilíbrio do ecossistema, tudo perfeito. É só olhar para um ser humano e ver uma verdadeira maquina a funcionar constantemente em torno de uma ligação entre as ações, o sistema nervoso e o cérebro. É só olhar para um ser vivo qualquer e ver que cada peça do seu corpo tem uma função e que nada num ser é por acaso ou inútil. Multiplicarmos em torno de um padrão genético (o DNA) de uma linhagem evolutiva herdada dos nossos antepassados, onde nenhum de nós é igual, nem os gémeos monozigóticos. Onde os desenhos feitos pelas papilas (impressão digital) serem únicas e exclusivas de cada ser em todo o planeta. É por tudo isso que digo que não somos nem nunca poderíamos ser uma obra do acaso. A natureza é fantástica, Somos incríveis e fantásticos porque somos filhos dela e emanada por Deus.
- Pena é sermos como um piano que de vez em quando se desafina e precisa de reparo. Mas esse é o desafio, é esse reparo constante que faz a vida valer a pena – mas isso não tira o brilho de uma coisa fantástica que é a Natureza e que acredito ter a mão de algo superior.


domingo, 14 de julho de 2013

A ilusão de que há uma eternidade para amar

Quantos amores hão de perder
Na ilusão de que há eternidade para amar?

Quantos amores, Deus, se iludem
Quando podem desabraçar do tempo
E amar em nenhuma eternidade…

Quantos, meu Deus!
Quantas mágoas em saudades perdidas
Hão de se afogar na desilusão de terem feito nada
Perante a eternidade hipotética

Se esta for minha – a eternidade não tomará
Mas quantos amores hão de perder
Quando, por não eternidade, viramos tantas!

Quantos, oh Deus
Quantos amores se esquecem…
Se esquecem…
Se esquecem…

Quantos amores hão de perder,
Quantos, meu Deus!
Quantos, meu Deus!
Hão de ver que somos a estrela cadente
Nos céus do tempo, tão breve e ardente

Hão de ver que a vida é breve,
Que somos tão breves que o amor nos escapa
Na esperança de vivê-la eterna.

Se em tempo certo não amarmos
Quantos amores hão de perder!
Quantos amores hão de perder!