domingo, 29 de setembro de 2013

Turbulentos passos do Outono

Turbulentos passos do Outono
Oiço vozes no brado dos ventos
À janela, vejo olhos aos céus, aos Santos, atentos
Aos saltos dos gritos do mais cedo inverno

Vejo passos apressados nas calçadas da rua
Ao som do toque do hino dos céus
A chuva essa, miudinha, é o som dos anjos meus
Soprado ao vento tenra e crua

São águas perdoadas do invisível paraíso
É o Outono, a fera das águas divinas
Ou a carta palhaça das topadas cretinas…
É a dúvida sonolenta, se é castigo ou acaso  

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O dia que me mataram, eu nasci

No dia que me mataram,
                                              eu nasci
Num bosque sombrio ao céu aberto,
                                              eu nasci
Em qualquer hora que fosse, não sei,
                                              eu nasci
Virado pró luar que rasgava o Deus,
                                              eu nasci
Do ar da moça que aroma a delírio,
                                              eu nasci
Dos pecados ténues da boda do vento,
                                              eu nasci
De todas as maneiras me mataram,
                                           e eu nasci,
Jamais morrerei sem viver, por isso,

                                              eu nasci

domingo, 22 de setembro de 2013

O alívio que sangra da traição

O alívio que sangra da traição
Das mãos do Diabo, da cruz do perdão
Despidos tão nus como o Outono
Em dúvida sem voz, pálida e átono

Vejo sangue que o vermelho impera
Da imundice que a baixaria venera
Do terror do abandonismo em massa
Nos olhos deste furacão vil que passa
 
Não vejo lágrimas nem a sua sombra
Não sou abandono, tão pouco sua penumbra
Não choro à meias, à metade, às gotículas
Choro por causas inteiras não ridículas