terça-feira, 15 de outubro de 2013

Dos Poetas e dos poetas, não sou deles nenhum

Dos Poetas e dos poetas
Não sou deles nenhum, sou simples
Desconhecido perdido entre as virgulas

Dos Pessoas e “dos” pessoas
Sou uma das pessoas que nem simples
Caibo numa virgula do Pessoa

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O amor e todos os sentimentos são simples

O amor é simples, a vida e todos os sentimentos são simples, são ridículas e por vezes são rudimentares. E tudo isto vira um monstro sagrado quando entra na massa cinzenta de um Homem. Todos os pedaços caídos viram muralhas gigantescas e os sentimentos, que nem tamanhos têm, ganham dimensões e prospecções que alastram como um cancro. O ódio cega-nos, tal como a alegria, o amor, o desprezo e qualquer outro sentimento minúsculo. Quando tudo pode ser simples como todos eles o são. O “monstro” somos nós, os sentimentos são as armas que nos destroem e são perigosos por serem abstratas e indestrutíveis. Quando entram na mente humana ganham corpos e tornam perspicazes, temíveis e imortais. O Homem é o estimulante dos sentimentos, apanha qualquer um deles pela avenida e torna o na maior cidade da sua mente e a partir daí cria canais de comunicação entre si que depois poderá culminar na sua autodestruição… tudo em busca da felicidade eterna que nenhum Homem jamais chegará.

domingo, 29 de setembro de 2013

Turbulentos passos do Outono

Turbulentos passos do Outono
Oiço vozes no brado dos ventos
À janela, vejo olhos aos céus, aos Santos, atentos
Aos saltos dos gritos do mais cedo inverno

Vejo passos apressados nas calçadas da rua
Ao som do toque do hino dos céus
A chuva essa, miudinha, é o som dos anjos meus
Soprado ao vento tenra e crua

São águas perdoadas do invisível paraíso
É o Outono, a fera das águas divinas
Ou a carta palhaça das topadas cretinas…
É a dúvida sonolenta, se é castigo ou acaso  

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O dia que me mataram, eu nasci

No dia que me mataram,
                                              eu nasci
Num bosque sombrio ao céu aberto,
                                              eu nasci
Em qualquer hora que fosse, não sei,
                                              eu nasci
Virado pró luar que rasgava o Deus,
                                              eu nasci
Do ar da moça que aroma a delírio,
                                              eu nasci
Dos pecados ténues da boda do vento,
                                              eu nasci
De todas as maneiras me mataram,
                                           e eu nasci,
Jamais morrerei sem viver, por isso,

                                              eu nasci

domingo, 22 de setembro de 2013

O alívio que sangra da traição

O alívio que sangra da traição
Das mãos do Diabo, da cruz do perdão
Despidos tão nus como o Outono
Em dúvida sem voz, pálida e átono

Vejo sangue que o vermelho impera
Da imundice que a baixaria venera
Do terror do abandonismo em massa
Nos olhos deste furacão vil que passa
 
Não vejo lágrimas nem a sua sombra
Não sou abandono, tão pouco sua penumbra
Não choro à meias, à metade, às gotículas
Choro por causas inteiras não ridículas

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O silêncio piedoso

Que não seja a luz dias desses
O norte entre os olhos que me vêem
Os sangues meus… meus são em dias que não esses
Correndo em veias do desamor que as bocas têm

Resta-me a mordaça
O silêncio piedoso entre os lábios
Restam-me mais… mais, que não só a raça
Silenciosa que me impera, mas a dos sábios

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Soneto Perfeito

A perfeição me apavora
A alma perfeita é deserta
Dito isto, talvez eu seja o louco… não de agora
Ou sou o mais lúcido entre a humanidade mais esperta

Um vento que corre sem o que levar
Nem o nada… A perfeição é branda
Desanda tudo em que o louvar
Possa fazer o valor do tempo que anda

Possa fazer um momento valer um tempo
Como o abraço da imperfeição às vidas
Não as falhas fatais, mas as mais sentidas

A perfeição não faz a vida perfeita
Não é que dela sai a vida o sabor do desnorte?
E a vida sem erros é uma morte

sábado, 10 de agosto de 2013

Rasga o céu de Lisboa, a saudade

Rasga o céu de Lisboa, a saudade
Que seja negra ou azul do que veste
Suporta o peso, ó cidade lusitana! Da dor que deste
A este servo dentre tanta humanidade!

Giras, ó tempo, em voltas estúpidas
Mortas e retardadas, levas tudo e nada volta
Em movimento ilusório da evolução que me escolta
Quando varres as minhas nobres lembranças vividas

Quando lágrimas caminham vivas
Pelos mortos tempos sentimentais
Pelas dores saltitantes que voltam jamais
Crivadas pelas partes das almas mais primitivas

O claro que assoma em nada luz, senão o escuro

A noite brilhava para mim no escuro
O claro que assoma em nada luz, senão o escuro
Do que vi mais belo entre toda a escuridão
Que belo é nem sempre, não sendo a parda noite aquela.
Em cada escuro alterna o brilho a muitas voltas
E as voltas que eu virava, o brilho estava a cada canto
Até o mais negro céu, que vi jamais, brilhava desprovido dos astros
- Afinal eram os teus olhos
As luas da minha noite mais parda
Os astros que faltavam à esfera celeste da minha vida
Que a noite rende à sua escuridão mais assombrosa
Perante a divindade da luz brilhante dos olhos da minha paz
- Eram os teus olhos
Os faróis dos meus passos tortos e sós
- Afinal, eram os teus olhos
A companhia que freia as minhas noites mais turbulentas
Que ilumina o amor que largo ao vento pelos tortos caminhos
Queimando as mãos erradas que o acolhe
- Eram os teus olhos
Os laços que prendem qualquer noite que me assombra

domingo, 4 de agosto de 2013

Quando perceber a minha alma, serei feliz

Quando perceber a minha alma, serei feliz
Não sei se faço tudo para o perceber, talvez nem fiz
Ou só quis saber, quando num sonho me vejo morrer
Mas por onde andou a minha alma, para que eu morra sem saber?!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Não devolva as dores que não minhas

As tuas mãos adeus me deu que não o tempo
Será mesmo o que seria…?
O tempo nos diz o que será… não nos faz viver o que seria
Diz que as maiores dores são as dores não vividas
E foste… levando às costas contra o tempo
Todas as dores que reuni para viver

Creio que voltar irás…
Trazendo os laços das dores que enlacei,
Sejam quantas forem os nozes que dei
Hei eu de os saber desatar
E libertar as dores que quero abraçar.

Não devolva as dores que não as minhas
Não o desamor que não dei, nem as fiz
Enquanto do teu amor aprendiz
Traz-me os laços daquelas dores
Aromado às rosas dos amores

Traz meu sossego, que entre as dores foi
Quero-o nos meus braços como nunca
O tempo jamais me faria viver o que seria
Traz as minhas dores pra que ele me diga ou dirá
O que foi ou será

terça-feira, 30 de julho de 2013

Pra que me queres, ó tempo

Pra que me queres, ó tempo...
Se o tempo que quero
Desmorona a cada tempo
Do meu querer!

Pra quê algo me dás, ó tempo...
Se com o tempo darei
Ao mundo, que nesse tempo
Me toma tudo que não dou!

Pelo quê me tens, ó tempo...
Se com o tempo não terei
Tudo que o meu sacrifício teve
Pra se ter tudo no tempo!

Pra quê contigo lutar, ó tempo...
Se me vences várias lutas em cada tempo
Sem me dar o tempo de não lutar! Que me
Resta lutar comigo mesmo em vários tempos
E ganhar em cada tempo uma luta
Que perdi com o tempo

Pra quê então me queres, ó tempo...
Se o tempo que quero
Desmorona a cada tempo
Do meu querer!

domingo, 28 de julho de 2013

Dentre o amor e o amor, a ti escolho

Dentre o amor e o amor, a ti escolho
O termo atenuante das minhas preces
Não quero o amor que desmereço
Nem um merecido amor que me desvaneça
Só, agora, não te juro amores sem fim, paixões fraternas
Porque amor é guerra que se perde em juras eternas

Dentre os Homens:
Não há nada mais eterno que o agora
Nem há nada mais perfeito que a imperfeição
Então só quero a ti, imperfeita e agora, em terras estranhas
Do arco iris o paraíso entre os montes,
A melodia, aromática, dos pássaros entre as pontes
E o cântico hipnótico dos teus lábios nos meus ombros

O "Pecado"

A mais doce da sua fruta, Sintra me deu
A mais proibida ser não podia,
Que faz-me do sonho a proeza de um viver
Traçado em riscos de sorrisos ténues, curtos e doces
Disfarçando por entre as folhas
O açúcar inerente do pecado que me consome

O sabor atrás se esconde da bela cor
Morena é a moça que me trouxe dela
Do aroma frágil do ar da beira do Porto de Sintra

Dos sabores mais ardentes
Que viçam em lábios a cada beijo,
Ó alma minha! Ó alma minha!
O paraíso a porta se assoma…
Cabe a mim, sem deixar a alma à porta, nela entrar

Ah, que mais doce proibição!
De que água bebeste tu
Pra seres a sede que os meus lábios veneram!
De que água bebeste tu!
De que água bebeste, ó moça!
Para que alma minha vulnere a tua ausência


Não existem pessoas boas ou más


Não existem pessoas boas ou más. As pessoas são sempre “pessoas” caracterizado pelos seus atos. Os heróis de hoje podem ser os vilões de amanha, as pessoas boas pra mim podem ser más para as outras… mas nunca deixam de ser pessoas para serem animais, no sentido literal da palavra… de maneira que o único padrão que define a pessoa é a própria pessoa, os atos são apenas detalhes.


Penso que sim

Não somos juízes de nada neste mundo

As religiões são campos abstracto e relativos... Mas eu vejo a diferença entre um MUÇULMANO e um CATÓLICO, ou entre outros praticantes, como a diferença entre um FÍSICO e um TÉCNICO DE MARKETING. Cada um com as devidas crenças e virtudes aplicados em campos diferentes… Mas sendo ambos pessoas. O que nos iguala é o facto de sermos pessoas e o que nos diferencia, e acho bem, é a forma diferente de sermos pessoas.
Aderir à religião é um ato de acreditar, tal como ser ateu também o é, e ninguém deve ser julgado por isso. Primeiro porque não somos juízes de nada neste mundo, apesar de alguns julgarem ser. E segundo, porque acreditar é a razão da vida… quem não acredita em nada não tem razão de viver.
Não somos juízes de nada...somos todos jogadores neste mundo. Uns mais habilidosos que outros, mas nenhum fica nesta equipa para sempre. E sendo assim, cada julgamento feito aos outros, damos uma sentença a nós próprios...

sábado, 27 de julho de 2013

Sou maior que o mundo, porque cabe na minha alma por inteiro

Digo como se não fosse verdade
Como se dentro de mim não coubesse
O mundo por inteiro
Como se não vulnera a minha alma tão grande
Este antro de causas perdidas
Como se não fosse eu maior
Que este mundo que cai aos pedaços
Dissecando em mim, fria, lenta e podre
Todas as marcas dos males das dores mundana

terça-feira, 23 de julho de 2013

O dom que tenho é não ter dom nenhum

O dom que tenho é não ter dom nenhum,
E sei que o bom do que escrevo
É não ter sentido nenhum…
É o mistério que nem eu sei
Porque não sei coisa nenhuma

Deito me num mundo
E as palavras me cobrem…
Não as aceitava se tivessem sentido
Nem se eu tivesse qualquer dom
Mas sou um dom nenhum,
Entre o que as palavras me dão

São ridículas aquelas que me chegam,
Não as seriam se tivessem sentido,
Não as posso dar, porque eu não tenho sentido
Sou a vida, o amor e os sentimentos…
Que são ridículos como elas

domingo, 21 de julho de 2013

A vida é bela, e só a bela não sabe dela

a vida é bela,
e só a bela não sabe dela
quer que cabe nela o fácil,
o dócil que sabe dela o mel,
e a dada vida por Deus a ela
mal sabe ela que é a mais bela

dela a sentinela cobre a bela
mal sabe ela que é a mais bela
que a vida é bela e dádiva que sela
amor daquela qualquer bela…
e só a bela não sabe dela
que a vida é bela,
e que nela ela é a mais bela

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Eu acredito em Deus, mas não acredito por acaso

Eu acredito em Deus, mas não acredito por acaso. Acredito porque: basta olhar para a Natureza para ver a perfeição da ligação dos organismos vivos, em que os “bons” e os “maus” ajudam-se mutuamente para um equilíbrio do ecossistema, tudo perfeito. É só olhar para um ser humano e ver uma verdadeira maquina a funcionar constantemente em torno de uma ligação entre as ações, o sistema nervoso e o cérebro. É só olhar para um ser vivo qualquer e ver que cada peça do seu corpo tem uma função e que nada num ser é por acaso ou inútil. Multiplicarmos em torno de um padrão genético (o DNA) de uma linhagem evolutiva herdada dos nossos antepassados, onde nenhum de nós é igual, nem os gémeos monozigóticos. Onde os desenhos feitos pelas papilas (impressão digital) serem únicas e exclusivas de cada ser em todo o planeta. É por tudo isso que digo que não somos nem nunca poderíamos ser uma obra do acaso. A natureza é fantástica, Somos incríveis e fantásticos porque somos filhos dela e emanada por Deus.
- Pena é sermos como um piano que de vez em quando se desafina e precisa de reparo. Mas esse é o desafio, é esse reparo constante que faz a vida valer a pena – mas isso não tira o brilho de uma coisa fantástica que é a Natureza e que acredito ter a mão de algo superior.


domingo, 14 de julho de 2013

A ilusão de que há uma eternidade para amar

Quantos amores hão de perder
Na ilusão de que há eternidade para amar?

Quantos amores, Deus, se iludem
Quando podem desabraçar do tempo
E amar em nenhuma eternidade…

Quantos, meu Deus!
Quantas mágoas em saudades perdidas
Hão de se afogar na desilusão de terem feito nada
Perante a eternidade hipotética

Se esta for minha – a eternidade não tomará
Mas quantos amores hão de perder
Quando, por não eternidade, viramos tantas!

Quantos, oh Deus
Quantos amores se esquecem…
Se esquecem…
Se esquecem…

Quantos amores hão de perder,
Quantos, meu Deus!
Quantos, meu Deus!
Hão de ver que somos a estrela cadente
Nos céus do tempo, tão breve e ardente

Hão de ver que a vida é breve,
Que somos tão breves que o amor nos escapa
Na esperança de vivê-la eterna.

Se em tempo certo não amarmos
Quantos amores hão de perder!
Quantos amores hão de perder!

sábado, 22 de junho de 2013

Incerteza

Entre as folhas do prédio da cidade
Caem minhas incertezas das mãos de Deus,
Entre os ares pardo da negra rua, olhos meus
Giram, despedaçados, em órbita da divindade

Pontas soltas da incerteza, e tantas,
Atordoam-me ao léu do vento
A cada semáforo que cruzo, invento
Termo do incerto em horas santas

Não santas são as horas escuras,
Acordado do sonho em plena rua
Onde já vejo gentes e a cidade nua
Sem certezas para as minhas curas

E deparo com as folhas dos prédios da cidade
No chão envolto aos meus passos
Em sombras que se cruzam em laços,
E o semáforo verde, como campo da liberdade

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O raiar do dia que vi amanhã

O raiar do dia que vi amanhã
Quando a bruma ainda cerrava,
Frio é o calor do tédio que brotava
De mim fazendo modesta a manhã

Vi o amanhã em pleno Sol ardente,
Quando já a noite caíra,
Levantei em busca da bela lira
Que escrevera em solidão anuente

O que sentira ditava o tempo apenas,
A solidão anuía à sua vontade,
Da minha lira era o mecenas

Da lira que me prosperava
Vendo o raiar do dia amanhã
Quando lia a bela que amava

domingo, 9 de junho de 2013

As cinzas no céu

       As cinzas no céu
no largo do acento divino
vejo como que as almas cinzam
       Em preparo do dia do réu

      vejo agonia entre os ares
do branco do meu papel e o escuro
das almas sujas em lamas feitas
      na terra e nos mares

      e cai em lágrimas o desdizer,
pelas nuvens agoniadas neste dia,
logrando as flores que vejo daqui
      e a primavera condizer

     com o cinzado dia, não condiz
mas as flores brotavam primavera,
certo o orvalho amanha haverá
     tanto nas rosas, jasmim ou lis

quarta-feira, 5 de junho de 2013

A nuvem solta


A ver no céu a nuvem solta,
Ela mira-me no meu maior pequenez
Perdido envolto das calçadas da cidade
Entre os homens humanos e o Sol que chovia.

Não desfaz, nuvem que vejo
Estou só, neste antro ermo de saudades longas
Afaga o ar onde passo, que pesa a dor
De choro dos bravos, como eu, que navegam
Em mares torpes e amaldiçoados pelas vidas. E
Não desfaz, nuvem que vejo
Estou só, entre mórbidos olhos, por agora,
Fica e chove sob esse Sol que abrilhanta
A orla cretina da cidade lusitana

terça-feira, 4 de junho de 2013

Hipocrisia

Soneto hipócrita

Triste é o campo rico e minado,
De borboletas que voam sem posar nas flores
Medo das cores do campo de prado
Das flores que podem não ser amores

... das flores vermelhas que não são rosas
E nem são belas como as brancas
Mas são lindas entre as prosas
E sorriem branco como as brancas

Não são brancas nem vermelhas
São sombras de paredes ocultas
Nas luzes cismas de dores sepultas

Como todas as outras, são almas iludidas
No agouro dos males, que outros não vêem,
E que elas neles crêem 

O poeta que dorme em mim

O poeta que dorme em mim

Diz o poeta que dorme em mim:
    Que não sou triste,
Que sou um poço de amor sem fim,
Seco, neste mundo agreste

Diz que escrevo em linhas retas
As tortas coisas, podre, vil
Que escrevo ódio, pelas canetas
Em ponta suave, fina e dócil

Que acuso o Homem, eternos imperfeitos
Em palavras que nascem perfeitas
Que crescem em estrofes aprazíveis, afeitos
De sentimentos em rimas feitas

Diz o poeta que dorme em mim,
Que faça sonetos desse avesso,
Dos desígnios versos do Caim,
Do carma que segue em mal confesso

Que fale do amor, não por fim
Mas em quantas horas vagas…
Diz o poeta que dorme em mim:
    Não esmoreças pelas pragas

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Fado

Fado 

O ver retardar da esperança,
E a desgraça dar sorriso...
O fado crê desilusão… creio eu
Crê que caia triste e só… creio eu
Crê que morra jazido em lágrimas

Crê esse fado que perpetue
- Mal sabe que nos Homens não creio
Desfado o fado que crê poderoso
Que crê tristes estes meus olhos

Creio eu que assim crê,
- Nem sente tamanha esperança
Vigiando o desânimo do meu peito.
Credo esse fado… esse fado,
Que creio crer o deserto plantado em mim

Creio crer a minha ruína
- A minha queda em ideias outrem
Crê mesmo minhas lágrimas caídas
Sem saber que nos Homens não creio,

… Creio eu

Vento

Vento

Ale oh vento ventania, sopra!
Mal te posso segurar em pé
Em meia queda, segura-me a fé,
Sopra oh vento ventania, sopra

Ale oh vento ventania, sopra!
Espanta os meus males no teu bater
Leva-me no livre do teu ser…
No forte ar que sopra e sopra

Leva a minha tristeza, oh ventania
Traz o amor em sopro fino
Em som ténue e emotivo hino
Sopra e traz, oh ventania

Leva também ao meu amor,
Leva e leva, oh ventania,
A minha saudade, o meu clamor